O que coloca as univerdades brasileiras em desvantagem nos rankings internacionais?

A Folha de São Paulo trouxe uma reportagem abordando sobre como as universidades e outras instituições públicas de Ensino Superior no Brasil frequentemente são criticadas por não alcançarem posições mais altas nos rankings internacionais de Educação. Essa diferença de desempenho é vista por alguns como uma justificativa para questionar a eficiência das universidades públicas brasileiras. Contudo, essa é mais uma ideia equivocada que não contribui de maneira alguma para o avanço da Educação no país.

Entre as 100 primeiras universidades do mundo, o Brasil ocupa com a Universidade de São Paulo (USP) a 86ª posição no ranking da editora inglesa Quacquarelli Symonds.

A Folha de São Paulo divulgou uma tabela que explica a performance do Brasil diante dos critérios internacionais adotados, que acabam prejudicando as colocações das nossas universidades.

Para exemplificar, tem a não utilização dos valores absolutos dos PIB’s e tamanhos das populações em idades educacionais.

Neste ranqueamento de 100, 82 instituições pertencem às nações desenvolvidas integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Alemanha, Austrália,  Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido, Suécia e Suíça.

Há de se observar que muitas das universidades brasileiras dispõem de hospitais, fazendas, teatros, etc., que exigem maiores recursos financeiros para atender às especificidades de ensino, pesquisa e extensão.

Há um risco ao se utilizar do ranking internacional como um mito para disseminar um pensamento de que o Brasil deva pertencer a essa elite, já que enfrenta realidades tão distintas.

Comparativamente, o Brasil aplica U$ 174 por habitante em Ciência e Tecnologia, ao passo em que os 14 países elencados da OCDE aplicam, em média, U$1.418 por habitante. Há muitos desafios a serem enfrentados e o posicionamento no referido ranking não pode ofuscar a necessidade de incentivos e investimentos dirigidos às universidades brasileiras.

Fonte: Folha de São Paulo 

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